Arquitetura



CATEDRAL DE NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO





A diocese foi criada em 31 de março de 1966, desmembrada da diocese de Caetité, sendo o primeiro bispo d. Hélio Pascoal e os padres paroquiais: Daniel Stênico e o vigário José Dias Sobrinho. A catedral de Nossa Senhora do Livramento começou a ser construída quando foi criada a freguesia, em 1868, pelo cônego Tibério Severino Rio de Contas, e quando ele faleceu, em 1895, os alicerces estavam a um metro da superfície. Havia uma capela de pau-a-pique construída pelos padres jesuítas no século XVIII, rebocada e com tribunas em frente ao Sobradinho, no Jardim Velho. Havia uma antiga imagem de Nossa Senhora do Livramento, segundo a tradição oral. Existiu um cemitério ao lado dessa antiga capela. Depois, foi transferido para onde é a casa paroquial hoje e, em 1949, para onde é o atual cemitério do Campo Santo.

A igreja nova ficou pronta no fim do século XIX. Havia tribunas à direita e à esquerda do altar-mor, com o retábulo de madeira. As atuais imagens de Nossa Senhora do Livramento, Coração de Jesus e Nossa Senhora da Conceição foram doadas pela família Castro no fim do século XIX. A atual imagem de São José foi adquirida pela paróquia após a restauração do templo na década de 1950, que descaracterizou o estilo original da igreja com a retirada das tribunas e dos altares laterais de Nossa Senhora da Conceição e Coração de Jesus, abrindo três naves com altar-mor em alvenaria e altar lateral do Santíssimo Sacramento. Foi construída uma gruta em louvor a Nossa Senhora de Lourdes na parte de trás da igreja pelo pe. Sinval Medeiros. Os cônegos Tibério Severino Rio de Contas e Manuel Higino da Silveira estão sepultados na catedral. Muitas alfaias da igreja foram trazidas da igreja da Canabrava pelo pe. Altino do Espírito Santo e outras foram doadas pela família Castro Tanajura.


O CASARÃO DA FAMÍLIA ALCÂNTARA



Casa de Deoclides Alcântara - Não se sabe a data e por quem foi construída. Por suas características tipológicas parece tratar-se de uma construção de meado do século XIX. Seu proprietário mais antigo e provável construtor foi o Cônego Tibério Severino Rio de Contas que, ao falecer, deixou o imóvel para suas irmãs: Cândida Lira da Paixão, Rita e Flora. Deoclides Alcântara a adquiriu em mãos das herdeiras do padre. Segundo descrição do IPAC (Inventário de Proteção do Acervo Cultural) realizada em 1980 o edifício tem plantaretangular com anexos de serviços na parte posterior. 

O corpo principal é recoberto por telhado em duas águas. Seu aspecto atual é resultante de transformações sofridas no início do século XX, quando as fachadas principal e lateral esquerda foram adaptadas ao gosto neogótico. Na fachada principal existe uma porta central, ladeada por dez janelas, até 1980, guarnecidas por caxilharia em guilhotina. Uma curiosa platibanda gradeada arremata o frontispício. A fachada posterior mantém o aspecto primitivo da casa com portas e janelas de vergas retas, guarnecidas também por caxilharia em guilhotina. Interiormente, o Casarão dos Alcântaras possui ainda, digno de nota, uma escada helicoidal, semelhante a do sobrado da Prefeitura, que dá acesso ao sótão; dois quartos e uma sala assoalhada, com pisos nos demais cômodos do corpo principal.
O anexo de serviços é pavimentado com lajões de pedra, extraída da serra próxima. Os cômodos,voltados para a praça, possuem forro em madeira com abas. Ornamenta a residência um rico mobiliário que não se sabe por que milagre não foi disperso entre herdeiros ou vendido para antiquários e colecionadores. Além de uma cama que teria pertencido ao Barão de Vila Velha, Joaquim Augusto de Moura, existe nas duas salas principais mobílias austríacas do século XIX, lustres franceses e espelhos policromados. 

Dentre as alfaias sobressaem imagens em madeira também policromadas e todo um vestuário inglês em moda no início do século XX nos sertões de Rio de Contas, curiosidades que todo museu gostaria de exibir. Com exceção do Solar da Lagoa, residência do Senador Tanajura, não existia outra casa em Livramento com mais conforto e luxo do que a casa do Coronel Deoclides Alcântara. Nas noites de Natal e Ano Novo, sua fachada e interior eram esplendidamente iluminados a carbureto, ocasião em que se franqueava ao público a visitação ao presépio, armado na sala principal.


PREFEITURA MUNICIPAL




Sobrado originalmente de uso misto – residencial e comercial – consta que foi construído no período de 1860 a 1870, por D. Antonia Francisca de Jesus Castro e irmãs. Sem herdeiros, as irmãs de D. Antônia doaram o imóvel para ela após seu casamento com o Senador José de Aquino Tanajura. Com o falecimento do casal Tanajura, o Sobradão dos Tanajura, como era conhecido, passa a pertencer aos seus dez filhos e herdeiros. Em 1946, o prefeito Ursino Meira comprou dos herdeiros do Senador Tanajura e o transformou em prédio público, instalando a sede da Prefeitura Municipal. Em 1955, é criada a Comarca de Livramento, e o Prefeito José Meira Tanajura instala, também no prédio, a sede do Fórum local, os Cartórios do Cível, do Crime, do Eleitoral e o Tabelionato de Notas.   Com a construção da sede própria para o fórum local, o Sobrado passa a funcionar exclusivamente como sede da Prefeitura Municipal, funcionando o Gabinete do Prefeito e as Secretarias  e Setores Administrativos.
De relevante interesse arquitetônico, o Sobrado apresenta um corpo principal retangular, recoberto por telhado em quatro águas e um apêndice posterior  com cobertura em duas águas que se abre para o pátio de serviços. Devido à declividade do terreno, o corpo principal se desenvolve em três níveis: Porão, projeção do edifício térreo e pavimento nobre. O anexo que abrigava a cadeia tem dois níveis que correspondem ao porão e térreo do corpo principal. O frontispício, flanqueado por cunhais, tem nove portas superpostas por igual número de janelas, que, segundo se sabe, foram confeccionadas pelos escravos de Joaquim Augusto de Moura, Barão de Vila Velha. Todos os vãos possuem marcos em madeira e terminação em arcos plenos. Nas outras fachadas só os vãos do pavimento nobre têm esta forma; enquanto os demais apresentam vergas retas.
O interior do edifício é simples e despojado de qualquer forma artística ao não ser uma escada helicoidal em madeira; há ainda uma escada de serviço também feita em madeira, mas sem qualquer forma artística; ambas dão acesso ao 1º andar. O piso de todo o prédio é assoalhado e tem como teto o tabuado do pavimento superior. O porão (hoje depósito de materiais utilizados pela Secretaria de Obras) tem o piso em terra batida e em lajota de barro cozido. Ao lado deste, um vão semi-coberto que serve de garagem. 
Das janelas superiores do edifício, pode-se observar a Praça Dom Hélio Paschoal e toda a paisagem de Livramento de Nossa Senhora especialmente a ampla vista da Serra Geral e do Vale do Brumado.
 Hoje a Prefeitura continua funcionando no Sobradão e ele  encontra – se  em ótimo estado de conservação e acolhendo, no andar superior: o Gabinete do Prefeito, a Tesouraria, o Setor de Contabilidade, a Controladoria Geral, a Secretaria da Administração e Finanças e a Secretaria de Governo. No andar térreo, na parte interna, estão: o Salão Nobre, o Departamento de Transportes e o Departamento de Recursos Humanos; na parte externa, encontra-se o Setor de Tributos, o Conselho Tutelar, a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos e a Junta Militar.
Endereço: Praça Dom Hélio Paschoal, nº 94, Centro – Livramento de Nossa Senhora – Bahia 


TORRE DO BOM JESUS DO TAQUARÍ




A festa do Bom Jesus do Taquari, que completou meio século, foi iniciada após a construção da gruta, em forma de cruz, pelo então vigário Padre Sinval Laurentino, exatamente para recuperar e promover uma área até então degradada. Hoje é um dos cartões de visita da cidade.
A construção da Torre do Bom Jesus do Taquari foi idealizada graças à grande devoção do povo ao Senhor Bom Jesus e tem sua Romaria e festa realizada cada ano no dia 6 de agosto.
A obra foi custeada pela caridade dos devotos do Bom Jesus, tem 21 metros de altura, toda em pedra ou paralelo, localizada no Bairro do Taquari, com 90 degraus, tendo contado com a colaboração do engenheiro Salomão Silveira e sua esposa Nivalda, de Ilhéus, Bahia. Salomão Silveira fez e executou a planta sendo seu trabalho gratuito.
O povo do Taquari muito ajudou oferecendo trabalho por ocasião da obra e as mulheres e crianças, nas horas de encher as lajes, levavam na cabeça as latas de concreto. Os gastos com a Torre foram material e operários. Sua inauguração teve lugar no dia 6 de janeiro de 1964.
Depois da benção e inaugurada a Torre, o Pe. Sinval Laurentino, seu Vigário, subiu de joelhos os 90 degraus, alcançando os braços da cruz de onde de descortina o mais soberbo e encantador panorama. Uma chuva de papelzinho picado caiu sobre a massa popular que vibrou de entusiasmo e fé”.



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